FEBRE TIFÓIDE
TRATAMENTO
Preferencialmente ambulatorial. Cloranfenicol, na dose, para adultos, de 50mg/kg/dia, dividida em 4 tomadas (6/6 horas), até a dose máxima de 4g/dia; crianças: 50mg/kg/dia, dividida em 4 tomadas (6/6 horas), até a dose máxima de 3g/dia. Preferencialmente, as doses são administradas por via oral e devem ser reduzidas para 2g/dia (adultos) e 30mg/kg/dia (crianças), quando os doentes se tornarem afebris, o que deverá ocorrer até o quinto dia do tratamento. Este é mantido por 15 dias após o último dia de febre, perfazendo um máximo de 21 dias. Nos doentes com impossibilidade de administração por via oral, poderá ser utilizada a via parenteral. Os pacientes em uso de Cloranfenicol devem ser seguidos hematologicamente. Caso a febre persista após o 5° dia de tratamento, avaliar a possibilidade de troca do antimicrobiano. Outros antibióticos também podem ser utilizados, tais como Tianfenicol (500mg, VO, 8/8 horas, durante 14 dias), Ampicilina (1.000mg a 1.500 mg/dose, VO, de 6 em 6 horas, por 14 dias. Não ultrapassar a dose máxima de 6g/dia). Sulfametoxazol + Trimetoprim (800mg a 1.600mg de Sulfametoxazol + 160mg a 320mg de Trimetroprim, via oral, dividida em duas tomadas, de 12/12 horas, durante 14 dias). As fluoroquinolonas são indicadas para tratamento de cepas de S. typhi multiresistentes e para tratamento das infecções em pacientes com HIV ou aids (Ciprofloxacina, 500mg/dose, via oral, em duas tomadas (12/12 horas), durante 10 dias, Ceftriaxona (01g, EV, de 12/12 horas, por 14 dias). Os últimos têm indicação para o tratamento de pacientes com Febre Tifóide associada à aids, mas não devem ser utilizados em crianças.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS 
A ocorrência da doença está diretamente relacionada às condições de saneamento existentes e aos hábitos de higiene individuais. Estão mais sujeitas à infecção as pessoas que habitam ou trabalham em ambientes com precárias condições de saneamento. A doença acomete com maior freqüência a faixa etária entre 15 e 45 anos, em áreas endêmicas. A taxa de ataque diminui com a idade. A suscetibilidade, em geral, é maior em indivíduos com acloridria gástrica. A imunidade após a infecção ou vacinação não é definitiva. Observando-se o comportamento da Febre Tifóide no Brasil, nas últimas décadas, constata-se tendência de declínio nos coeficientes de incidência, mortalidade e letalidade. Porém, as informações disponíveis devem ser analisadas com cautela, tendo em vista o importante sub-registro de casos.