FEBRE TIFÓIDE
MEDIDAS DE CONTROLE


Conduta frente a um caso - Isolamento entérico, com desinfecção concorrente das fezes, urina e objetos contaminados e limpeza terminal. Caracterizar clinicamente o caso; verificar se já foi coletado e encaminhado material para exame diagnóstico (fezes, sangue, urina), observando se houve uso prévio de antibiótico; se necessário, hospitalizar o paciente; determinar as prováveis fontes de infecção; pesquisar a existência de casos semelhantes na residência, local de trabalho, estudo, etc.; proceder a busca ativa de casos na área; identificar os comunicantes e, entre esses, pesquisar portadores através da coprocultura; afastar o paciente da manipulação de alimentos e orientar sobre medidas de higiene, principalmente em relação à limpeza rigorosa das mãos. Após 7 dias do término do tratamento, realizar 3 coletas de fezes para coproculturas, visando identificar se o paciente é portador da S. typhi; orientar quanto ao destino correto das fezes.

Medidas referentes aos portadores - Na prática, é muito difícil a identificação e conseqüente tratamento dos portadores para eliminação desta fonte de infecção na comunidade, apesar de sua reconhecida importância na manutenção do ciclo de transmissão da doença. A pesquisa de portadores é feita por realização de coproculturas, em número de 7, em dias seqüenciais. Essa pesquisa está indicada nas seguintes situações: comunicantes que possam constituir perigo para a comunidade (ex.: indivíduos que manipulam alimentos em restaurantes, creches e hospitais) e em coletividades fechadas (asilos, hospitais psiquiátricos, presídios), quando houver casos de Febre Tifóide entre os freqüentadores dessas instituições. Quando identificado o portador, tratá-lo com Ampicilina, 1,0 a 1,5g/dose, VO, dividida em 4 tomadas (6/6 horas), por 14 dias, ou Amoxicilina, 3g/dia, VO, dividida em 3 tomadas (8/8 horas), por 14 dias.

Observação - Após 7 dias do término do tratamento, iniciar a coleta de 3 coproculturas, com intervalo de 30 dias entre cada uma. Se o portador for manipulador de alimentos, realizar as 3 coproculturas com intervalo de 1 semana entre elas. Caso uma delas seja positiva, essa série pode ser suspensa e o indivíduo deve ser novamente tratado, de preferência com uma quinolona (Ciprofloxacina, 500mg, VO, de 12/12 horas, durante 4 semanas), e orientado quanto ao risco que representa para a comunidade em geral. O tempo ideal de tratamento para portadores crônicos ainda não está bem definido. Pacientes com litíase biliar ou anomalias biliares que não respondem ao tratamento com antimicrobianos devem ser colecistectomiza-dos. Vacinação: a vacina atualmente disponível tem poder imunogênico baixo e indicações muito restritas.