HANTAVIROSES
TRATAMENTO
Febre Hemorrágica com Síndrome Renal - Medidas de suporte e observação são fundamentais: evitar sobrecarga hídrica nos estágios iniciais; manter adequado aporte de fluidos para repor perda na fase de poliúria; controlar a hipotensão com expansores de volume e vasopressores nos casos graves; realizar a monitorização do estado hidreletrolítico e ácido-básico, e a diálise peritoneal ou hemodiálise no tratamento da insuficiência renal.

Síndrome Pulmonar por Hantavírus - Os casos suspeitos devem ser imediatamente transferidos para hospital com unidade de terapia intensiva. O paciente deve ser transportado em condições que assegurem a estabilidade hemodinâmica e os parâmetros ventilatórios adequados, com oxigenoterapia e acesso venoso, evitando-se a administração excessiva de líquidos por via endovenosa e observando-se as normas de biossegurança. Como, até o momento, não existe terapêutica antiviral comprovadamente eficaz contra a SCPH, são indicadas medidas gerais de suporte clínico para manutenção das funções vitais, com ênfase na oxigenação e na observação rigorosa do paciente, desde o início do quadro respiratório, inclusive com uso de ventilação assistida. A hipotensão deve ser controlada, ministrando-se expansores plasmáticos e mantendo-se extremo cuidado na sobrecarga hídrica, evitando-se o uso de drogas vasopressoras. Os distúrbios hidreletrolítico e ácido-básico devem ser corrigidos, inclusive com assistência em unidade de terapia intensiva, nos casos mais graves. Recomenda-se o isolamento do paciente em condições de proteção com barreiras (avental, luvas e máscara dotadas de filtros N95).
CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS
Febre Hemorrágica com Síndrome Renal - Mostra-se endêmica na Ásia, especificamente na China e Coréia, e na Europa, nos países escandinavos (Finlândia, Suécia, Noruega), em alguns países dos Bálcãs, como Eslovênia e Croácia, além de França, Alemanha e Grécia. O registro anual é de 150.000 a 200.000 casos com letalidade de até 5%.

Síndrome Pulmonar por Hantavírus - Detectada nos EUA em 1993, tem sido também registrada no Canadá, Panamá, Brasil, Venezuela, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina, Uruguai e Colômbia, com uma taxa de letalidade variável entre 20% a 50%. No Brasil, tem sido diagnosticada regularmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, sul do Pará e Distrito Federal. Casos esporádicos têm sido notificados em Rondônia, Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Norte e Bahia. Os primeiros registros foram provenientes do estado de São Paulo, em novembro de 1993. Desde então, mais de 900 casos já foram notificados apresentando perfil epidemiológico de agravo que acomete o sexo masculino, idade média de 34 anos, residente em área rural, com ocupação em atividades agrícolas. A taxa de letalidade é de, aproximadamente, 40%. Situações de risco mais comuns: a) contato com roedores – considerando-se como tal a visualização desses animais vivos ou mortos ou, ainda, presença de vestígios dos mesmos, como fezes e odor de urina; b) associadas à limpeza de instalações (paióis, celeiros, casas abandonadas ou fechadas, dentre outros) com vestígios desses animais.